Defensora pública que chamou o entregador de ‘macaco’ é condenada a pagar R$ 40 mil.

Defensora pública aposentada, acusada de injúria racial, registra queixa-crime contra entregador — Imagem: Reprodução/TV GLOBO

Cláudia Alvarim Barrozo, defensora pública aposentada, acusada de proferir injúria racial contra dois entregadores no bairro de Itaipu, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, foi sentenciada a pagar R$ 40 mil às vítimas, Jonathas Souza Mendonça e Eduardo Peçanha Marques. Em um vídeo divulgado nas redes sociais em maio de 2022, ela é ouvida proferindo ofensas racistas, chamando um deles de “macaco”.

A decisão foi proferida pelo juiz Guilherme Rodrigues de Andrade, estabelecendo que cada vítima deve receber R$ 20 mil como compensação por danos morais.

O advogado Joab Gama de Souza, representante dos entregadores, vê a decisão como “um vislumbre da concretização da justiça”.

Esta sentença ainda pode ser objeto de recurso. Contudo, ao menos, já representa um vislumbre da concretização da justiça. Saliento que o processo criminal ainda está em andamento, sem um desfecho final. Apesar de não ser a intenção dos rapazes obter lucro nesta situação triste e humilhante, eles estão aliviados ao saber que aqueles que cometem violência racial não ficarão impunes e que a justiça prevalecerá no final”, explica.

Em julho, durante uma audiência na Justiça, Cláudia admitiu as ofensas contra Jonathas e Eduardo. Nesse dia, ela concordou em assinar um acordo com o Ministério Público do Rio para o arquivamento do processo criminal. Isso implicaria que ela não responderia criminalmente por injúria racial, desde que cumprisse requisitos estabelecidos, como o pagamento de uma indenização de R$ 7,5 mil para cada vítima e um pedido de desculpas.

Cláudia, por escrito, emitiu uma retratação pública admitindo o crime, mas até o momento não efetuou o pagamento.

Em novembro, durante a segunda audiência de instrução e julgamento do caso, Cláudia e sua filha Ana Cláudia Barrozo Azevedo perderam o controle e agrediram jornalistas ao deixarem o Fórum de Niterói. Os repórteres Erick Rianelli, da TV Globo, e Raoni Alves, do G1, estavam filmando a saída da dupla quando foram atacados.

Demonstrando agressividade e falta de controle, Cláudia Alvarim tentou chutar e dar um tapa em Erick Rianelli, e chutar Raoni Alves, sem sucesso. Por trás, Ana Cláudia Barrozo deu um tapa na mão de Rianelli, derrubando o celular do repórter no chão. Segundo o G1, durante o incidente, a mulher atingiu o rosto do jornalista, resultando em um ferimento no nariz e danos aos óculos, que caíram no chão após a agressão.

O instante em que Ana Cláudia ataca Erick Rianelli, repórter da TV Globo, por trás — Imagem: Reprodução/G1

A filha da defensora também teria insultado outros profissionais da imprensa que estavam cobrindo o incidente, alegando ser “filha de diplomata” enquanto solicitava que os repórteres interrompessem a filmagem da situação.

A defensora aposentada precisou ser contida por uma pessoa que a conduziu para fora do prédio. Durante o percurso, ela ainda derrubou uma placa de sinalização e arrancou um galho das plantas localizadas no canteiro em frente ao Fórum. A audiência havia sido interrompida momentos antes devido a um pedido da defesa para realizar uma nova perícia no vídeo que registra a discussão da defensora com os entregadores. No RJ2, a TV Globo afirmou que apoiará os jornalistas que foram alvo dos ataques.

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